27 abril 2011

E o tempo não passa

Serenamente passam as horas. Serenamente passam os dias, um atrás do outro, lembrando os passos cansados de um velho.

Serenos e vagarosos, para mim. Os dias demoram a passar quando estou longe de ti. As noites são eternas quando não tenho o aconchego do teu corpo colado ao meu.

Os ponteiros do relógio não avançam e até o tempo dos segundos é mais longo. Ás vezes acho que consigo ser pior que um relógio parado, pois pelo menos o relógio está certo duas vezes por dia.

E o tempo, esse eterno companheiro, continua sem passar.

03 abril 2011

GRECOriando

Desejo a você...
Fruto do mato (qual sua fruta preferida?)
Cheiro de jardim (pode ser qualquer um…)
Namoro no portão (é bom, né?)
Domingo sem chuva (mas com pouco sol, por favor!)
Segunda sem mau humor (você consegue? Difícil!!)
Sábado com seu amor (e todos os outros dias também!)
Filme do Carlitos (Quem é esse cara? Preciso que você me actualize)
Chope com amigos (tem coisa melhor? Lembra do PIB? Boas noitadas a gente passou)
Crônica de Rubem Braga (Gosto, mas prefiro as do Greco)
Viver sem inimigos (Na vida é preciso que existam pra dar sabor à existência)
Filme antigo na TV (Tudo de bom!! A-DO-RO)
Ter uma pessoa especial (acho que você achou!)
E que ela goste de você (continuo pensando na mesma pessoa)
Frango caipira em pensão do interior (ñ gosto muito ñ, mas pode ser que você goste)
Ouvir uma palavra amável (há momentos em que “cai bem como uma luva”)
Ter uma surpresa agradável (tou pensando em te fazer uma visitinha, topa?)
Ver a Banda passar (desde que ñ seja o 7 de Setembro, tudo bem)
Noite de lua cheia (lindo né?)
Rever uma velha amizade (a gente tá precisando se reencontrar)
Ter fé em Deus (não pode, jamais faltar)
Não ter que ouvir a palavra não (ás vezes é necessário)
Nem nunca, nem jamais e adeus. (é preciso, pra que a gente possa seguir em frente)
Rir como criança (e não deixar que a tristeza nos envolva)
Ouvir canto de passarinho. (logo de manhãzinha, deitado com o seu amor)
Sarar de resfriado (e de todas as feridas que machucaram a alma)
Escrever um poema de amor (e dedicá-lo a quem a gente ama de verdade)
Que nunca será rasgado (será guardado e relembrado pra sempre)
Formar um par ideal (e sair pra dançar numa gafieira… um sambinha no pé)
Tomar banho de cachoeira (oohhh coisa gostosa!!!)
Pegar um bronzeado legal (você está muito branco, quase transparente!)
Aprender uma nova canção (e aumentar o seu repertório)
Esperar alguém na estação (e dar um abraço daqueles)
Queijo com goiabada (uii, Romeu e Julieta, tudo de bom!!)
Pôr-do-Sol na roça (em maré de crepúsculo… lusco-fusco)
Uma festa (prefiro só um barzinho mesmo)
Um violão (e o dedilhar das notas, compondo…)
Recordar um amor antigo (só as coisas boas)
Ter um ombro sempre amigo (eii, lembra de mim?)
Bater palmas de alegria (se for possível até com os pés)
Uma tarde amena (mas prenhe de emoções)
Calçar um velho chinelo (daqueles bem confortáveis)
Sentar numa velha poltrona (que parece que foi feito pra você)
Tocar violão para alguém (enquanto diz o quanto ela é importante pra você)
Ouvir a chuva no telhado (aconchegado em sua cama)
Vinho branco (huumm, mas pode ser tinto também)
E muito carinho meu. (isso você sempre terá!)

31 março 2011

Sempre x Nunca

"Onde estiver espero que esteja feliz
Encontre seu caminho
Guarde o que foi bom, jogue fora o que restou (...)"

Ela jamais se esqueceria dessas palavras, escritas num bilhete encontrado, colado no espelho do quarto.
Um bilhete de despedida.
Uma despedida de até nunca mais.
Nunca mais é muito tempo, tal como sempre.
Ela sempre achara que ele sempre estaria á sua espera, fosse onde fosse, custasse o que custasse.
Confiara demais no sempre e agora era obrigada a conviver com o nunca mais.
Sempre e nunca, palavras opostas, antônimos, mas só na gramática, pois na realidade ambas significam a mesma coisa: Tempo Demais.

29 março 2011

O Verde Deixou de Ser Esperança

Ando pela casa. Sozinha. Vazia. Assim como eu.
Casa coisa está no seu devido lugar. Mas existem falhas. Faltas. Faltam coisas.
Faltam os teus tênis espalhados pela casa, falta a tua t-shirt suada jogada na minha colcha novinha. Falta, também, o barulho, a zoada da televisão e o tec-tec irritante do ventilador.
E são tantas as coisas em falta. E é o mais importante que faz a casa parecer grande, solitária, sozinha, vazia. Tu.
Por onde andas? O que fazes? Quando voltas? Será que voltas?
Levaste o calor e o aconchego. As cores perderam o brilho. O laranja, o amarelo, o vermelho e o verde, tornaram-se cinzas.
A nossa casa transformou-se num mar de preto e branco.
As cores já mais não fazem diferença. O laranja perdeu o calor de outrora, o amarelo deixou de brilhar, o vermelho deixou de irradiar paixão e o verde... ai o verde... o verde deixou de ser esperança.

14 março 2011

Utópicamente Falando

Amanhã!
Amanhã vai ser o dia. O dia em que vou olhar pra ti e deixar que todo o sentimento transborde. Olhar nos teus olhos e perder-me no enigma que é ser o outro.
Como será ser você? Como será a sensação de ser o outro que não eu?
Sensações e sentidos diferentes!
Se pudessemos ser o outro ou, quem sabe, por pouco tempo, ser e vivenciar as experiencias do outro, talvez fossemos mais tolerantes na "arte" de julgar ou de criar um pré-conceito.
Mas se fossemos o outro, mesmo que por pouco tempo, deixaríamos de ser nós. Esqueceríamos de quem somos e da nossa individualidade? Ou levaríamos para o "novo corpo" as sensações intrínsecas do nosso individualismo?
Essa troca seria deveras "encabulante", pois além de deixarmos parte da nossa individualidade no outro, também traríamos parte das suas sensações para a nossa própria individualidade.
Possibilidades? Ou pura utopia?

10 março 2011

Damas da Noite

Passando pela Raimundo Girão, por volta das 11:00 da noite, o que mais se vê, são as chamadas (ironicamente) de "damas da noite".
Mulheres da vida, cada uma com histórias de vida diferentes e propósitos, igualmente, diferentes.
Corpos semi-nus, onde o pudor deixou de existir ao primeiro abrir de pernas.
Mini-saias ou shorts que mais parecem cintos, deixam as pernas á mostra. Algumas finas, outras grossas e outras, até, gostosas.Mas na grande maioria, na parte detrás do joelho, nas veias visíveis a olho nu, dezenas de pontos vermelhos. Picadas, muitas picadas.
É... a promiscuidade do corpo se atrela á necessidade de anestesiar a mente.

03 março 2011

O Meu Amor Perdido

Vou sair por aí. Sair pela rua em busca do meu amor perdido. Vou procurar pelas calçadas e até mesmo pelos bueiros. A chuva pode tê-lo levado daqui. De perto de mim.
Vou sair em busca do meu amor. Desse amor que passou e deixou para trás somente recordações e, quiçá, saudade.
Saudade suficiente que me faz buscar também debaixo da ponte e no meio do lamaçal feito pela chuva.
Busco nas ruelas perdidas da cidade, nas calçadas brilhantes, lavadas pela chuva; busco, inclusive, na minha sombra, por baixo dos meus pés, com medo de ter, sem querer, machucado o meu amor.
É quando cai a noite na cidade, que me vejo em ruelas desconhecidas, perdida de mim mesma.
Em busca do meu amor me perdi de mim. Me esqueci de quem sou, na ânsia de encontrar esse "algo" que sumiu. Que sumiu de dentro de mim, que nem fumaça.
Em mim só ficaram recordações, e perdido com o tempo, se perdeu o meu amor. Do nosso amor, só sobrou a saudade de um tempo que passou.

19 fevereiro 2011

Dor, Vergonha e Humilhação

- Aaaiiii!!!!!
As lágrimas brotaram-lhe dos olhos e qual diamantes deslizaram pela cara até á curvatura do queixo.
Enquanto isso, no coração de Clio um novo sentimento tomava o lugar do amor que até então nutria pelo marido.
A curvatura do pescoço queima, e ao passar os dedos sente um leve inchaço. A raiva e o ódio se misturam. A vontade era de erguê-lo e atirá-lo pela janela. Tirá-lo da sua vida.
Corre para a cozinha e esconde-se embaixo do lava-louça. A humilhação torna-a frágil. O ódio transforma-se em vergonha. E a vontade é de desaparecer. Ela chora.

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