25 março 2009

Lost


Em tua busca me perdi pelo mundo
Em busca do teu amor iludi-me com o meu
Em busca do teu toque, entreguei-me a outros
Em busca de mim, me perdi de ti.

Sonhando


Amanhã quero se acordada com um beijo teu
amanhã quero segurar tuas mãos e levar-te pelo mundo
amanhã quero voar até á Alfa-Centauro na cauda de um cometa e trazê-la pra ti
amanhã quero trazer-te a gota de orvalho mais fresca
amanhã quero que me ames com aquela intensidade apaixonada de sempre
amanhã quero ver-te acordar, depois de passar a noite velando teu sono
amanhã quero que me beijes enquanto dizes que me amas

Amanhã quero andar por aí e perder-me contigo pela cidade
amanhã quero sonhar acordada contigo do meu lado
amanhã quero que o dia aumente o seu numero de horas
amanhã, meu bem, é amanhã.
E enquanto o amanhã não chega, enquanto os sonhos não se realizarem, deixa-me aconchegar em ti, deixa que eu me perca nos teus braços e sonhe com o amanhã.

17 março 2009

Quietude

Olha sem absorver completamente o conteúdo. Uma cama desfeita. Um corpo deitado. Será que dorme?
Quietude. Essa foi a sensação assimilada quando abriu os olhos, e se apercebeu de um corpo entrelaçado ao seu... com calma tentou ver a melhor maneira de se desembaraçar sem acordar o ser com quem passou a noite.
Corpos entrelaçados entre si, durante a noite, pela necessidade de um maior aconchego noturno. Noite. Segredos.

Mais uma vida, que por breves instantes, faz parte da sua; compartilhando momentos únicos. Secretos.

Uma vida prenhe de sonhos e desejos a serem realizados.

Enquanto olha ainda sem absorver, pega num roupão turco, branco, dirige-se ao banheiro e entra no duche.

A água inicialmente fria aquece-se poucos segundos depois. E aí fica, deixando que a água percorra o seu corpo numa suave e delicada carícia.

Lembra-se da noite anterior, em que os corpos se envolveram com uma vontade feroz, um desejo animal de se possuírem.

Lembra-se do momento em que sentiu o toque da boca no sexo e entrelaçou as pernas, prendendo a respiração, tentando a todo o custo controlar o seu corpo que se arqueava.

Tocando o sexo, lembra-se da necessidade que lhe acudiu de se tornar parte integrante desse ser a quem lhe oferecera, com abandono, parte da sua noite, um oitavo da sua vida. Momentos em que a vida de ambos se entrelaçava e os corpos, outrora individuais, naquele momento fazendo parte um do outro.

Fechou o chuveiro e envolvendo-se numa toalha branca percorreu o caminho inverso em direção ao quarto. A cama se encontrava do mesmo jeito, mas o corpo com quem se compartilhou durante a noite já não se encontrava nela, deixando um vazio.

E suavemente, galgando os degraus da escada, até ao quarto, entrando pela porta entreaberta furtivamente, chega-lhe ás narinas um cheiro conhecido, um cheiro que há muito faz parte do seu dia, da sua vida. E com prazer aspira esse perfume, esse cheiro delicioso e suave.

Cheiro a café. A café fresco.

16 março 2009

E já se passaram dois anos...

Deveria ser fácil falar da Zahara... mas não é. Ela é minha riqueza e minha vida, igualmente. Por vezes ainda custa a acreditar tenho uma filha, mas basta me lembrar da carinha dela para que essa sensação desapareça.

Como me poderei esquecer da carinha dela logo após o parto, quando foi colocada junto ao peito? Os "óim do meu amor" já abertos, prontos a assimilar esse novo mundo.

A primeira muda de fralda.
O primeiro banho.
A primeira mamada.
O primeiro sorriso, seguido de uma gargalhada
O primeiro adormecer aconchegada ao papai
A 7ª noite, em que as bruxas andam á solta e é bom colocar uma tesoura em baixo do colchão.
A primeira vez que se sentou sem precisar de ajuda ou apoio.
A primeira vez que gatinhou para fora do quarto, "rumo á liberdade".
O primeiro palreio.

Nossa!! Que saudade da minha pequenina!!

Saudades de acordar e vÊ-la durmir ao meu lado, ou então ser acordada com uma mãozinha brincando na minha cara.

Como esquecer do primeiro dia na escolinha, onde eu também cresci? O choro na hora da "despedida" e a recusa em voltar para casa quando a fui buscar.
A primeira sopa, o primeiro potinho de fruta. Os primeiros dentinhos.

A vacina que em mim doía e com ela chorava, querendo mandar os enfermeiros prá aquele lado, e impedir que a magoassem... mas era um mal necessário (como se isso existisse!).

Tão orgulhosa me sentia quando lhe elogiavam o crescimento e diziam que ela é parecida comigo, quando criança.
Quão orgulhosa e satisfeita ficava quando outros diziam qua ela é uma mistura perfeita minha e do papai.

Ontem, ela fez dois aninhos, e eu estou do outro lado do oceano, com tantas saudades que só quem é mãe sabe, a falta que um filho faz.

Foi a vozinha dela que eu ouvi ontem ao telefone cantando parabéns.

È minha e do papai essa mania que ela tem de imitar os mais velhos... já dizia a minha avó: Quem sai aos seus, não degenera a raça." (rsrsrsrs)

È com dor que me pergunto se ela ainda se lembra de mim, e é com certa alegria que tento me convencer que são só quatro anos, e que ainda faltam trÊs, mas que passarão depressa e voltaremos a estar juntas... ou quem sabe juntos...
AMO-TE, PRINCESA!!!
PARABÉNS, FILHOTA!!!

03 março 2009

NÃO

Diz-lhe que não, diz-lhe que tudo acabou
Que é sempre mais feliz aquele que mais amou
Chega de juras de amor
Promessas de amor eterno
Para algum tempo depois
Voltarmos ao mesmo inferno

Por vezes é mesmo assim
Não há outra solução
Dói muito dizer que sim
Dói menos dizer que não

Diz-lhe que não, diz-lhe que tudo acabou
Que é sempre mais feliz aquele que mais amou
Diz-lhe que chega de ouvir as frases habituais
Chamam-me a maior paixão da vida,
Coisas banais
Maior ou não pouco importa
Ser a única isso sim
Diz-lhe que não me enganou
Enganou-se ele por mim

Diz-lhe que não, está na hora de acabar
Mas por favor não lhe digas que ainda me viste chorar

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