05 outubro 2008

ROUBO

Ao ver o filme “O Caçador de Pipas” achei interessante o facto do pai dos dois protagonistas ver o roubo como o pior pecado e condená-lo.

Vendo pelo prisma e pelas argumentações (deveras convincentes), ele tem razão, mesmo quando remete ao roubo, o assassinato. Tudo gira á volta do roubo.

O assassinato é privar o indivíduo de algo que lhe é legítimo: a vida; é privar a mulher do seu marido; é privar aos filhos da alegria que é ter um pai; é privar a sociedade de um ser humano.

Mas olhando por outro prisma: e um indivíduo que rouba para se alimentar? Para alimentar a sua família? Que rouba para sobreviver? Poderá ser igualmente condenável?

Ainda outro prisma: um indivídua, sem necessidade alguma, que rouba pelo simples "prazer" de roubar? Que rouba "para subir na vida"? Que rouba para vender? Qual a sua sanção?

Outro prisma: o que é a cleptomania? Doença incontrolável que leva o indivíduo a realizar pequenos furtos, "sem importância", e sem ter a noção do que faz? Também condenável?

Aparentemente sim; mas a sentença varia conforme o vigor de um advogado de defesa e da bondade/compreensão de um juíz.

Outro assunto abordado pelo filme é o adultério. Abordado de uma forma curta mas violenta. O adultério é visto pela sociedade muçulmana como pecado gravíssimo, condenável pela sociedade e punido com apedrejamento.

Muito embora a condenação e a punição sejam imputadas apenas á mulher adúltera e não ao homem, que lhe é permitido ter até quatro mulheres e um numero indefinido das chamadas comcubinas, numa linguagem mais rude, "amantes oficiais" (?!).

Outros gostos.
Outras culturas.
Outra sociedade.

A sociedade é produto dos indivíduos, eles ditam as leis, hábitos e costumes, mas no entanto, são esses mesmos indivíduos que acabam ficando presos a essas mesmas leis, privados do livre-arbítrio, privados do poder de escolha.

As opções acabam sendo ditadas pela sociedade, seguindo os padrões e estereótipos sociais. A escolha de algo não-padronizado socialmente, acaba sendo, nada mais, do que uma tentativa de ser diferente. Essa escolha é vista, pela sociedade como um acto de rebeldia ou, quem sabe, de anarquismo.

O homem é produto do meio. Nada mais certo. O que para uns é considerado algo normal, para outros é considerado bárbaro, condenável...

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