Não vou longe, Eric Hobsbaw (dispensa apresentações), autor do livro "A era dos extremos", livro conceituado, principalmente entre os historiadores. Por isso invoco: historiadores, vocês se lembram do que Eric narra em seu livro? Através dos extremos, quantas catástrofes fomos submetidos na modernidade. Ou será que pensar o "meio termo" é estar sempre na esfera egoísta do homem? As instituições sociais são quem mais deixam latentes os anseios humanos. Comunismo contra capitalismo, branco contra negros, pobres e ricos e eu diria que hoje: vencedores e perdedores. Reparem que a imagem do perdedor agrega a falta de "personalidade". Quem é perdedor no mundo moderno?
O fruto dessa vontade de personalidade é a individualização do ser humano. Somos mais nós por que temos que ser mais personalistas. O mundo cobra rapidez, resposta e certeza. Pois vamos cobrar incertezas, é assim que nasce a arte, das incertezas que provocam insegurança, a tristeza do homem que tenta não estar à margem é o alimento da arte: maior patrimônio humano.
Saúde mental? A insanidade é sim a proclamação do estado saudável, puro. O homem "in natura" como dizia Niesztche. O meio, talvez pelo perigo, seja apenas para os corajosos. Uma característica estranhamente elogiada nos conceitos modernos. Precisamos realmente ser corajosos? Qual o mal do medo?
Estar no meio exige interação sim, direta com as várias polarizações, senão não se estaria no medo. Vamos lembrar que o homem nunca está neutro, mesmo neutro, ele está em uma esfera, que é a neutralidade, completamente legítima, mas impossível. Assim como a objetividade, característica impossível nas esferas sociais lembremos os estudos em comunicação, objetividade é o que? Um mito.
Estar em cima do muro é cômodo, uma busca do ser humano é a comodidade, ta na cara e ele não vê. É preciso deixar claro também, que estar em cima do muro, não deixar de tomar decisões para sempre, mas sim, saber entender seu tempo para as resoluções e não o tempo das pessoas. Trabalhamos em tempos diferentes, espaços diferentes, não podemos adaptar-nos aos outros.
Houve no texto uma citação ao herói. Juro que li. Vamos contextualizar que tipos de heróis são esses? Vivemos num mundo mediado por imagens, por espetáculos (ler: A sociedade do espetáculo. 1968 Guy Debord) o herói, no conceito hoje, é a imagem que vincula as qualidades modernas: Objetividade (?), pragmatismo... Enfim, qualidades técnicas engessadas do ser humano. Acho que as pessoas estão confundindo a resistência com o heroísmo, hoje, meu bem, são características diferentes.
by Alexandre Greco, from http://dzarme.blogspot.com/
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