08 junho 2008

Quem é você, filho de Ogum?

Ouço a chuva bater no alcatrão. Alcatrão negro. E negro está o meu dia, por não ver o brilho dos seus olhos. Por não ter, mais uma vez, a oportunidade de me perder neles.

Sentada, sozinha, numa mesa para quatro pessoas, só sentindo a sua falta. A falta de sentir nossos pés e pernas se entrelaçando, se provocando. Falta de deslizar meu pé pela sua perna e continuar conversando como se nada fosse. Sinto a falta, meu bem, de ver sua cara se modificando, seus olhos deixando tranparecer desejo. Vontade de mim.

Falta. Desejo. Amor???

Sentimento conhecido/desconhecido. E bem no fundo medo. Medo? Medo de mergulhar nesses olhos que me encantam e me atraem. Medo, meu bem, de amar. Amar de uma maneira inconcebível, incrível e inadmissível.

Quem é você, filho de Ogum?

Que conseguiu passar pela minha "carapaça de proteção", obstáculo intransponível... ou antes assim pensava. Quanta ingenuidade!!!

Te desejo, meu anjo!

Quase ouso implorar por perdão. Me perdoe por não ter conseguido controlar esse sentimento bobo. Me perdoe por não conseguir resistir a você. E, em silêncio, peço perdão por estar apaixonada.

Sim. Apaixonada por você, por cada pedacinho seu. Apaixonada. Numa mistura de sentimentos, pulsações e articulações.

E todo esse sentimento guardado dentro de mim. Ameaça. Ameaçando transbordar, estravazar. Ameaçando voar até você. E desejando trazer você pra mim. Atrair seu corpo, colando ele no meu. Impregnando-o com o meu cheiro, meu sabor e minha cor. Fazer eu e você ser um só. Um tudo-nada, branco-negro... e mesmo assim, continuar sendo um só. Duas almas, dois corpos, dois corações, duas vidas se entrelaçando.

Cadê você? Cadê você com o seu sorriso? Cadê você com o seu olhar penetrante? Cadê você que faz minha alma estremecer, meu coração bater num ritmo alucinante, e meus olhos brilharem?

E eu que pensava ser discreta. Tão discreta que até pessoas que nunca nos viram conseguiram identificar esse brilho em meus olhos, e dar um nome, um significado. Paixão.

Oh paixão gostosa!! Que me faz sorrir quando estou sozinha, sonhar quando estou durmindo, cantar quando penso que ninguém está me ouvindo, dançar quando penso que ninguém está me vendo.

Te agradeço por me devolver a alegria de viver, sorrir, cantar, dançar, sonhar e... escrever. Escrever linhas e mais linhas, páginas a´trás de páginas. Te agradeço pelos momentos em que faço parte do seu dia. Momentos que por mais pequenos que sejam são o suficiente para me ajudarem a descobrir um pouquinho mais de você e um pouquinho mais de mim.

Não me interessa saber até quando ou até onde. Me interessa, simplesmente viver cada dia do seu jeito. Curtindo o momento. Curtindo o melhor de mim e o melhor de você.

E é nesse silêncio, nessa calma que eu sinto a sua falta. Falta de você, de sua presença.

Hoje meu dia ficou incompleto. Incompleto sem você, sem seu cheiro e, principalmente, sem seu abraço. Esse abraço que me aquece e que vem sempre no momento certo. Seja ele qual for.

1 comentário:

Alexandre Grecco disse...

Eita moça... e você é filha de quem??

O casamento pode dar certo!

Texto apaixonado, isso é bom, rejuvenesce, limpa a pele rsrsrs...

Que seja eterno enquanto dure.

Ogunhê...

Readers